terça-feira, agosto 23, 2005

A credulidade e o golpe que vai estando … estando …


O constante golpe de Estado que se vive em Portugal vai para trinta anos “furou o lençol”, revelando a sua magnitude em dois momentos cruciais: (i) a morte de Sá Carneiro, e (ii) o processo Casa Pia na sua envolvente política.
Em ambos os casos, a utilização da “normalidade das instituições”, “o que deve ser”, empurrou a trama para os tribunais, fazendo uso da burocracia; não há culpados mas apenas suspeitos (o que é uma contingência não essencial a um golpe de Estado, pois é útil uma condenação); ninguém está na posse da totalidade das informações necessárias ao deslinde.
Há, pois, uma utilização perfeita da democracia e das suas instituições – designadamente, do poder judicial – para a respectiva destruição subterrânea, e que ela não pode senão candidamente suportar: ou se deixa destruir lentamente como arma de arremesso contra si própria, ou autodestrói-se rapidamente.
A técnica do golpe de Estado constante (e não latente) não é, pois, muito diferente da mina profunda do terrorismo.

2 Comments:

Blogger Bruno said...

Claro que Campo de Ourique já não tem marcha; mas mais abaixo existe uma muito boa: Marcha de São Bento.

12:35 da tarde  
Blogger Arrebenta said...

Excelente texto.
Felizmente que o Manuel Alegre já vem aí salvar tudo,
e para quem diz que ele não tem patas para andar,
que veja o que pode a vontade,
cof,
cof,
cof
.
http://www.malgusto.com/videosonline/player.php?vonline=video658

Aí, fadista!!!...

7:42 da tarde  

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