terça-feira, junho 08, 2004

Um país do Diabo! ... ou do balde?

Não sei se algum de vós, dos que por aqui pa(ss)(ç)am, alguma vez deambulou pelos meandros da legalização de estrangeiros. É sabido que é dos processos (dos democráticos, bem entendido) mais dantescos que pode não imaginar-se mas pa(ss)(ç)ar-se.
Enfim, não foi para pormenores que agora aqui vim. Mas, “estimado ouvinte já que agora estou consigo, peço apenas dois minutos de atenção”. Essa história – que não vou contar, senão ainda sou ex-patriado, pois agora está na moda a re-avaliação das cidadanias por novas “brigadas de coronéis de lápis azul perfiladas em novos quartéis” – fez-me lembrar que uma anedota que se contava quando eu era puto resume bem o nosso viver. Ora aí vai.
“Um inglês, um francês e um português encontraram-se na sala de espera de S. Pedro.
Conforme iam sendo recebidos lá se despediam uns dos outros, fazendo votos para um rápido reencontro.
Ao fim de uns anos, efectivamente, encontraram-se. O inglês coberto de merda até aos cabelos (estilo Picadilly Circus). O francês coberto de merda até ao pescoço (toujours au point). E o português, impecável, rosado, cheirava a 8x4.
- Olha lá - atira o francês ao inglês – que raio de penitência te deram?
- Então, – retorquiu aquele –, foi o inferno ingês: enfiaram-me num tanque cheio de merda; e de meia em meia hora vinha um diabinho vazar mais um balde. E a ti?
- A mim também – disse o “sotaque Paris” -, só que no inferno francês o tanque estava só pela metade e o diabinho não veio vezes suficientes para que a merda me passasse acima do pescoço.
- E ti, ó tuga – perguntaram ambos -, entraste no Mercosul, ou quê?
- Não – respondeu o dito -, também era suposto acontecer-me qualquer coisa desse tipo. Só que no inferno português as coisas são assim: quando há balde não há merda; quando há merda não balde; e quando há balde e merda o diabinho está de greve.”

(desculpem as actualizações)