Ai vamos ao buraco, vamos ...
A proporção nas taxas moderadoras; a proporção no pagamento de portagens; a da representação do Governo no Parlamento; a proporção no pagamento dos passes sociais: quem esteja pouco atento pode até ser levado a crer que vivemos um tempo marcado pela igualitarização e pelo ideal de abolição ou aproximação de classes, pois se os que têm muito pagam mais que os outros, em algum momento estaremos todos equiparados na nossa riqueza – é o princípio dos vasos comunicantes.
Brevemente, neste trilho, não só cada um receberá de acordo com a sua efectiva produtividade – o que está tão na moda do discurso governativo – como haverá justiça social transversal: nos livros, preços para ricos e preços para pobres; nos discos, preços para os que têm mais e preços para os que têm menos; nos hotéis, preços para os que ganham mais e preços para os que ganham menos; e, algum dia, na bica, preços para os que produzem mais e preços para os que produzem menos.
Sucede que não é nisso que se traduz a justiça social, como se pretende fazer crer. Sucede que a justiça social não começa na promessa do éden aos escravos.
Sucede que é na promessa de roubar aos ricos para dar aos pobres que começam os pobres a ser roubados: porque os pobres lá têm as suas riquezas e os ricos as suas pobrezas; mas como para igualizar é preciso roubar a riqueza onde quer que ela exista, lá estão os pobres mais roubados que os ricos. E não é por isso que roubar aqui é melhor que roubar ali. No fundo, se os ricos ficarem mais pobres, os pobres não ficam mais ricos, mas tão só mais acompanhados. E talvez mais doces de governar, pelo menos na miragem ...
Brevemente, neste trilho, não só cada um receberá de acordo com a sua efectiva produtividade – o que está tão na moda do discurso governativo – como haverá justiça social transversal: nos livros, preços para ricos e preços para pobres; nos discos, preços para os que têm mais e preços para os que têm menos; nos hotéis, preços para os que ganham mais e preços para os que ganham menos; e, algum dia, na bica, preços para os que produzem mais e preços para os que produzem menos.
Sucede que não é nisso que se traduz a justiça social, como se pretende fazer crer. Sucede que a justiça social não começa na promessa do éden aos escravos.
Sucede que é na promessa de roubar aos ricos para dar aos pobres que começam os pobres a ser roubados: porque os pobres lá têm as suas riquezas e os ricos as suas pobrezas; mas como para igualizar é preciso roubar a riqueza onde quer que ela exista, lá estão os pobres mais roubados que os ricos. E não é por isso que roubar aqui é melhor que roubar ali. No fundo, se os ricos ficarem mais pobres, os pobres não ficam mais ricos, mas tão só mais acompanhados. E talvez mais doces de governar, pelo menos na miragem ...
3 Comments:
Quererias dizer "preços para os que declaram mais e preços para os que declaram menos" ?
Das duas uma: ou o Estado cobra uma fatia grossa dos meus rendimentos, maior que aquela que tira aos que ganham menos, mas menor que a dos que ganham mais (e deixemos de fora os que se evadem)e depois presta serviços essenciais iguais para todos, ao mesmo preço para todos, pois a diferenciação foi feita a montante; ou então, cobra os serviços a que constitucionalmente se obrigou prestar com valores diferentes para quem ganha mais ou menos. Mas nesta segunda opção impõe-se, então, que deixe de cobrar mensalmente aquilo que me saca do ordenado. E os ricos safam-se porque conseguem suportar os seguros necessários a cobrir as despesas das contrariedades, e o pobre, bom, quem se lixa é o mexilhão.
Se lermos a Constituição compreendemos qual é o modelo que a nossa Nação adoptou. Cobrar a taxa diferenciada é uma estúpida corrupção de um sistema. É demagogia do entala o próximo, especialmente se tem o azar de trabalhar por conta de outrém.
Será tão difícil investir e solucionar os problemas onde eles se encontram: na evasão fiscal! Funcionasse o sistema fiscal para todos, e nem era preciso cobrar tanto a cada um.
Há uma esperança, afinal...
Retirado do Portugal Diário de hoje:
"Quem tem razão para estar contente são as mulheres à espera de bebé, já que a taxa do IVA das fraldas passa de 19 para cinco por cento. Esta é uma medida que Bagão Félix queria ter feito passar enquanto ministro da Segurança Social, mas que só agora tem oportunidade de fazer."
Na qualidade de jovem Pai, agradeço (sou eu quem paga o raio das fraldas que o puto conspurca a cada 10 minutos...discriminação!!!)!
Esta deve ser uma das poucas notícias de interesse que se retiram da análise do OE para 2005.
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