Natal

Natal. Que vasto mistério desenrolas neste momento do ano, ainda pouco vislumbras. Mal explicas o fenómeno. Dizes coisas bonitas. Estás presente. Juntas-te com a família. Agregas os amigos. Discutes. Falas. Lamentas. Abraças. Beijas. Ris. Choras. Sonhas. Lembras-te daqueles que já não estão. Meditas. Anseias o porvir. Encorajas.

O que fizeste. O que não fizeste. O que vais fazer. O futuro, ali. O passado e o presente, aqui. O momento, agora. Amas. Não sabes explicar porquê. Amas. Dizes-lhe. Sussurras-lhe. Escreves-lhe na alma o teu desejo. A tua força. Pensas. Pensas. Pensas.

Natal. Tempo lamechas, dizes. Tempo cínico. O dos outros, sim. Eles e tu, o mesmo. Mais além, estás. Parabéns. Tudo conflui para este clímax, todavia. Começo do Ano Novo. Carnaval. Boa folia para ti também. A Páscoa, toma lá ovos. O coelho, é verdade. Primavera, antecipas o Verão. Amigos, tempo e espaço outro. Liberdade. Anseias pela nova época. Ritmo. Aniversários, todo o ano. Estás a ficar velho. Bom sinal. Corropio daqui e dali.

Natal, outra vez. Estás vivo. Vives. Tens a esperança no coração. Vais guerrear o mundo. Mil desafios te esperam ao virar do pensamento. O eterno olhar te acompanhará. E, um dia, sentir-te-ás homem, sentir-te-ás mulher. Lado a lado. E o sopro da tranquilidade estará contigo.

Bom Natal e Feliz Ano Novo!