Itinerário
Conduzindo o automóvel vagueio pela cidade do Castelo Encantado em busca do caminho que penso ser o correcto. Não existe mapa que nos possa guiar nesta cidade desconhecida, há que confiar no nosso próprio instinto. Já ando nela vai para dez anos e ainda não cheguei ao destino que quero!, nem consigo encontrar lugar para estacionar, os parques subterrâneos e demais parquímetros estão lotados! Além disso é preferível colocar o carro no primeiro, uma vez que no segundo é de permanência curta.
Existe para além do mais um problema de sinalização e simultaneamente decorrem eternas obras na cidade, o que dificulta a movimentação. Ademais a minha errónea condução: mais habituada a fazer todo-o-terreno abrupto!, ora isso na cidade é pouco exequível. Sendo assim, como é, lá vou tentando discorrer o melhor percurso para a morada sonhada.
Quando estou na Rua da Escolhida e quero entrar na Avenida da Compreensão das Mulheres aparece um sinal de proibido que me obriga a virar para o Beco dos Desolados. Neste o trânsito é intenso e perde-se um bocado de tempo até se chegar à Praça dos Solitários: esta é interessante pois assume na teia urbana da cidade algum destaque convergindo para ela muitas ruas, avenidas e alamedas...ele há cada Arquitecto Urbanista mais engenhoso!
Contorno a rotunda na Praça dos Solitários (nesta está uma estátua do Fernando Pessoa!, imagine-se!) e o maior problema nesta às vezes é sair: dei mais de trinta voltas até conseguir!...e julguei que quase me acabava o combustível quando reparei que o automóvel se movia a lágrimas: de felicidade e de infelicidade. Perdido nos pensamentos sobre o arrojo ecológico da Cidade Encantada, acelero pela Avenida Dora Maar o mais depressa possível pois esta lembra-me o olhar da que me faz estar perdido na cidade...
Olhando para os passeios quando o sinal está vermelho, vejo algumas Dominadoras de mapa numa mão e de chicote na outra: assustado tranco as portas do carro. Afinal existem mapas!, mas é melhor continuar procurando o itinerário sem ele...embora mais difícil e imprevisível dá um retorno mais agradável. O problema por vezes é antes de conseguir dar com a Avenida Véu e Grinalda (uma das várias que dão acesso ao Castelo Encantado) é sermos caçados por uma destas bárbaras dominadoras...
(continua, pois claro)
Existe para além do mais um problema de sinalização e simultaneamente decorrem eternas obras na cidade, o que dificulta a movimentação. Ademais a minha errónea condução: mais habituada a fazer todo-o-terreno abrupto!, ora isso na cidade é pouco exequível. Sendo assim, como é, lá vou tentando discorrer o melhor percurso para a morada sonhada.
Quando estou na Rua da Escolhida e quero entrar na Avenida da Compreensão das Mulheres aparece um sinal de proibido que me obriga a virar para o Beco dos Desolados. Neste o trânsito é intenso e perde-se um bocado de tempo até se chegar à Praça dos Solitários: esta é interessante pois assume na teia urbana da cidade algum destaque convergindo para ela muitas ruas, avenidas e alamedas...ele há cada Arquitecto Urbanista mais engenhoso!
Contorno a rotunda na Praça dos Solitários (nesta está uma estátua do Fernando Pessoa!, imagine-se!) e o maior problema nesta às vezes é sair: dei mais de trinta voltas até conseguir!...e julguei que quase me acabava o combustível quando reparei que o automóvel se movia a lágrimas: de felicidade e de infelicidade. Perdido nos pensamentos sobre o arrojo ecológico da Cidade Encantada, acelero pela Avenida Dora Maar o mais depressa possível pois esta lembra-me o olhar da que me faz estar perdido na cidade...
Olhando para os passeios quando o sinal está vermelho, vejo algumas Dominadoras de mapa numa mão e de chicote na outra: assustado tranco as portas do carro. Afinal existem mapas!, mas é melhor continuar procurando o itinerário sem ele...embora mais difícil e imprevisível dá um retorno mais agradável. O problema por vezes é antes de conseguir dar com a Avenida Véu e Grinalda (uma das várias que dão acesso ao Castelo Encantado) é sermos caçados por uma destas bárbaras dominadoras...
(continua, pois claro)
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