O Trauma
Está em conclusiva construção em Berlim, capital do antigo e do novo império, um «Memorial aos Judeus Assassinados da Europa» situando-se este próximo das famosas Portas de Brandemburgo. A polémica já vem de algum tempo quer pela decisão Alemã de o construir quer pelo controverso projecto de um arquitecto Americano. A notícia vem esta semana no Britânico The Economist.
Desta vez a celeuma é outra: devido à especificidade do Memorial em si, há que colocar um revestimento anti-grafiti (Protectosil) sendo este fornecido pela empresa química Alemã, a Degussa, que ganhou em concurso o fornecimento e até decidiu doar metade do necessário. Até aqui tudo bem.
Ora acontece que a actual Degussa foi proprietária de outra empresa química Alemã, a Degesch, sendo que esta produzia o gás (Zyklon B) utilizado em campos de concentração para matar os Judeus. A denúncia foi feita por uma empresa Suiça que perdeu o concurso para o fornecimento de produto similar.
Parece uma forte contradição e ironia do destino esta situação: a empresa que forneceu o gás mortífero hoje fornece o anti-grafiti para o Memorial...Mas questiono-me: considerar hodiernamente a Degussa nazi porque descende da Degesch é considerar que um cidadão Alemão hoje é tão nazi como aquele antes de 1945?! Ou melhor ainda: qualquer empresa fabricante de armas é igualmente assassina?! Aquela(s) empresa(s) apenas operara(m) a sua fabricação, nunca a sua utilização, pelo menos que se saiba!
Todas as empresas Alemãs desde 1945 têm feito uma lavagem à consciência e aos arquivos em busca de esqueletos no armário, assim como os próprios cidadãos, para procurar qualquer indício de participação em actividades no tempo da outra senhora (a deles). Parece-me tarefa ingrata: quando um país está em guerra todos os seus cidadãos, mesmo os que não concordam, fazem parte desse esforço. Existe como que uma «prisão» na guerra e uma «liberdade» quando essa termina. Caso contrário sempre que um país perdia uma guerra haveria que exterminar os seus respectivos nacionais.
Tomemos alguns exemplos: a hoje famosa indústria automóvel Alemã. O construtor líder em vendas na Europa é a Volkswagen e esta teve o arranque com apoio estatal sendo mesmo impulsionada pelo próprio Adolf Hitler. Este último gostava de se transportar em Mercedes-Benz descapotável para ser admirado pela populaça. Os exemplos sucederiam-se dos automóveis aos lápis passando por um sem número de produtos.
Nada disso perfaz um Alemão ou um utilizador de produtos Alemães um potencial nacional-socialista senão na mente de um traumatizado. Esta estória só prova o ainda latente trauma quer de Alemães quer de Judeus, passados cinquenta anos de História.
É caso para dizer, quiçá...«eu não acredito em bruxas, mas que as há...há!».
Desta vez a celeuma é outra: devido à especificidade do Memorial em si, há que colocar um revestimento anti-grafiti (Protectosil) sendo este fornecido pela empresa química Alemã, a Degussa, que ganhou em concurso o fornecimento e até decidiu doar metade do necessário. Até aqui tudo bem.
Ora acontece que a actual Degussa foi proprietária de outra empresa química Alemã, a Degesch, sendo que esta produzia o gás (Zyklon B) utilizado em campos de concentração para matar os Judeus. A denúncia foi feita por uma empresa Suiça que perdeu o concurso para o fornecimento de produto similar.
Parece uma forte contradição e ironia do destino esta situação: a empresa que forneceu o gás mortífero hoje fornece o anti-grafiti para o Memorial...Mas questiono-me: considerar hodiernamente a Degussa nazi porque descende da Degesch é considerar que um cidadão Alemão hoje é tão nazi como aquele antes de 1945?! Ou melhor ainda: qualquer empresa fabricante de armas é igualmente assassina?! Aquela(s) empresa(s) apenas operara(m) a sua fabricação, nunca a sua utilização, pelo menos que se saiba!
Todas as empresas Alemãs desde 1945 têm feito uma lavagem à consciência e aos arquivos em busca de esqueletos no armário, assim como os próprios cidadãos, para procurar qualquer indício de participação em actividades no tempo da outra senhora (a deles). Parece-me tarefa ingrata: quando um país está em guerra todos os seus cidadãos, mesmo os que não concordam, fazem parte desse esforço. Existe como que uma «prisão» na guerra e uma «liberdade» quando essa termina. Caso contrário sempre que um país perdia uma guerra haveria que exterminar os seus respectivos nacionais.
Tomemos alguns exemplos: a hoje famosa indústria automóvel Alemã. O construtor líder em vendas na Europa é a Volkswagen e esta teve o arranque com apoio estatal sendo mesmo impulsionada pelo próprio Adolf Hitler. Este último gostava de se transportar em Mercedes-Benz descapotável para ser admirado pela populaça. Os exemplos sucederiam-se dos automóveis aos lápis passando por um sem número de produtos.
Nada disso perfaz um Alemão ou um utilizador de produtos Alemães um potencial nacional-socialista senão na mente de um traumatizado. Esta estória só prova o ainda latente trauma quer de Alemães quer de Judeus, passados cinquenta anos de História.
É caso para dizer, quiçá...«eu não acredito em bruxas, mas que as há...há!».
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