terça-feira, agosto 12, 2003

Portugal em "safe mode"

Portugal está completamente embevecido pela ideia de “pensar”. Vox populi: “pensar a escola”, “pensar o Estado”, “pensar a Europa”, “pensar as estruturas decisórias”, “pensar com este calor ...”. Curiosamente, são poucos os momentos em que nos organizamos para pensar – nomeadamente, se tivermos em conta a quantidade de reptos diários para ... pensar.
Mas mais do que pecar por ausência de “mesas redondas”, pecamos por falta de implementação prática das nossas próprias conclusões. Tal ambiente, em redondel, faz com que as próprias conclusões do pensamento comecem a ser inconclusivas, porque já perspectivamos a ausência (por dificuldade) da prática. E, portanto, podemos até dar-nos ao luxo de não ser conclusivos.
Teoria não é apenas pensamento. Teoria é pensamento com vocação prática. E prática não é acção desligada da teoria: isso é mecânica. A capacidade do “porquê” não pode surgir desligada do “para quê”, nem da energia do “como”. Para nós, esse é um problema virulento, e a teoria dos climas não nos apresenta justificação. A debelar.
(continua)