domingo, dezembro 12, 2004

Do poder e da disfunção eréctil

Parece que nenhum dos poderes constituídos consegue manter-se vivo, aguentar a pressão da boazona social. Não é mera desistência, mas incapacidade de climax, tentando criá-lo através de imagens de erotismo de um filme démodé: Quatro meses e meio.



Como cantava um correlegionário quando o fado lhe não saía de todo, e a única coisa que lhe vinha à cabeça era o que tinha na frente:
O microfone é,
O microfone é,
O microfone é
Esta bola que agora está em pé.

É a ausência de uma noção de fundamento e função do poder que arrasa qualquer autoritas e desnuda qualquer potestas: do esqueleto, resta a osteoporose; da osteoporose, o diagnóstico; e em breve, do diagnóstico a primeira página, de um título que nada diz.
E porque parece que nada mais aprendemos senão aquilo que nos ensinam, viveremos alegremente até ao momento eleitoral, entre o brumário e o frimário, esquecendo que Rousseau teria alguma razão quando, referindo-se aos ingleses, dizia que estes tinham a ilusão de serem livres no momento do voto, o único momento em que realmente o poderiam ser. Mas para o uso que desse direito faziam, melhor fora que o não tivessem.

2 Comments:

Blogger Urso Polar said...

Quatro meses de ejaculação precoce. Gozaram, mas não chegaram a penetrar. Foi desagradável e porco, mas não corremos o risco de ver frutos. Aliás, pensando bem, acho que foi algo parecido com o "coitus interruptos", sendo o Sampaio o pai dela que chegou a casa antes da hora, e...

7:46 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Fa lta cá o Arre benta para nos expli car o que é is to de an dar desculigado.

Cumprimentos

P. (seudoeter)

11:17 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home