segunda-feira, janeiro 23, 2006
sexta-feira, janeiro 20, 2006
segunda-feira, janeiro 16, 2006
terça-feira, janeiro 10, 2006
sábado, janeiro 07, 2006
De Mais
«Pelo menos nas Avenidas Novas, o João César Monteiro era uma personagem célebre. Com o seu corpo frágil, o seu nariz imenso e as suas costas curvadas, parecia uma galinha. As histórias que sobre ele corriam não tinham fim. Dizia-se que, em miúdo, fora expulso do Colégio Moderno por ter colocado um pintelho num ovo estrelado cujo destinatário era o Dr. Mário Soares, o dono do estabelecimento. A certa altura, tão graves se tornaram os seus problemas que acabou internado no Hospital Júlio de Matos. Quando o conheci, andava a fazer um documentário sobre a Sophia de Mello Breyner. Quando os amigos viram os rushs, ficaram aterrados, pois o filme continha mais planos sobre o umbigo da filha mais velha do que sobre a poetisa.»
[in 'Bilhete de Identidade', de Maria Filomena Mónica]
[in 'Bilhete de Identidade', de Maria Filomena Mónica]
quarta-feira, janeiro 04, 2006
Sem título
O problema da política à portuguesa reside no simples facto de determinadas personalidades, senão grande parte da populaça, votar neste por que é de um quadrante político, naquele por que é do outro; mormente a pseudo força de ideias (vai-se lá saber) dos políticos e apoiantes resume-se à representação de três ou quatro ou cinco grandes famílias, simultaneamente clientes e fornecedores delas mesmas. O resto do país, evidentemente, desertifica-se.
Pois que esta tribo mal amanhada de energúmenos e mentecaptos, que é a maioria dos frequentadores deste país-galinheiro, vai votar Cavaco porque supostamente este deve ser de direita, essa coisa; ou vai votar Soares porque supostamente este deve ser de esquerda, essa outra coisa; ou Alegre; ou Jerónimo; ou Louçã. De direita ou de esquerda e tudo o que supostamente representa ser isso; do passado passadista e o que inculcou em todas as mentes. Toda uma história de um país, que vocês sabem muito bem.
Tudo o resto, aqueles tipos querem é vaidosamente a ascensão ao poder. Individual, colectivo. Porque esse mesmo poder, democrático ou não, não pode ficar vazio. Mais nada. Independenmente do que possam dizer, fazer; do que possam ter dito há vinte anos, do que possam ter feito há vinte anos. Enfim, assim vão as glórias deste pardieiro (como diria o outro).
Pois que esta tribo mal amanhada de energúmenos e mentecaptos, que é a maioria dos frequentadores deste país-galinheiro, vai votar Cavaco porque supostamente este deve ser de direita, essa coisa; ou vai votar Soares porque supostamente este deve ser de esquerda, essa outra coisa; ou Alegre; ou Jerónimo; ou Louçã. De direita ou de esquerda e tudo o que supostamente representa ser isso; do passado passadista e o que inculcou em todas as mentes. Toda uma história de um país, que vocês sabem muito bem.
Tudo o resto, aqueles tipos querem é vaidosamente a ascensão ao poder. Individual, colectivo. Porque esse mesmo poder, democrático ou não, não pode ficar vazio. Mais nada. Independenmente do que possam dizer, fazer; do que possam ter dito há vinte anos, do que possam ter feito há vinte anos. Enfim, assim vão as glórias deste pardieiro (como diria o outro).